Coluna Botando a cabeça - Sexo Anal

Eis que eu abro o e-mail do blog e vejo o seguinte:

"Tara, acho que você pode me ajudar. Sempre quis fazer sexo anal com minha esposa, mas ela nunca deixou. Contudo, acho que ela está começando a considerar a idéia: no domingo, enquanto estávamos em plena atividade, ela falou "ai que vontade de dar meu cu". Claro que tentei aproveitar a oportunidade, mas ela deu pra trás (perdão pelo trocadilho, mas não pude deixar passar!). Enfim, como fazê-la vencer esse tabu? Como isso aconteceu com você?"

Então, vamos por partes, ok?  Para começo de conversa, a região anal é cheia de terminações nervosas e com grande potencial de prazer, independente de sexo ou gênero. Acho, inclusive, belíssima a cena de um homem que se disponibiliza a sentir prazer anal com sua parceira, entregue, despido de amarras e convenções sociais machistas. Afinal, cu é cu, não importa de quem seja e a grande dificuldade dos homens héteros em se permitir sentir prazer vem do machismo e da homofobia que joga isso no lugar de ser coisa de... A primeira pergunta que eu vou fazer, então, tem a ver com você, que deseja acesso ao cu de alguém: você permite acesso ao seu? Você, quando se toca, sente prazer sozinho, se permite explorar seu próprio corpo ou fica naquele roteiro de filme pornô que não dá prazer nem às atrizes que os gravam? Claro que respeitar o limite do outro é importante, mas como você deseja acesso à uma parte do corpo do outro que você escolhe não lidar nem em si mesmo? 

Agora, sobre a sua situação específica...

Eu acho que você deveria tentar fazê-la sentir curiosidade na coisa, e não querer fazer pra agradá-lo. Não estou dizendo que você está fazendo isso, meu amor. Mas é geralmente isso que acontece. Os homens querem tanto e enchem tanto o saco das mulheres que ao invés de fazer com que elas sintam curiosidade, elas acabam fazendo para que ele pare de encher o saco. Primeiro passo é sempre a línhua. Tente dar umas lambidinhas na hora que cair de boca, quando ela estiver MUITO excitada, para que ela perceba que pode ser prazeroso. O ponto importante aqui é PRESTAR ATENÇÃO NA PARCEIRA e nas reações dela, coisa que é muito difícil pra vocês, eu sei, rs. Mas faça esse esforço, porque sexo é feito a dois e não só o seu prazer é importante.  

Vencer tabu é bem complicado. Primeiro que já é um pré-conceito arraigado na nossa mente de que algo é ruim, algo não presta, vai doer... Creio que deva ser um trabalho psicológico e físico ao mesmo tempo, onde você (COM TODA DELICADEZA DO MUNDO, POR FAVOR), ao abordar o assunto tente mostrar a  ela que você não está tentando forçá-la a nada que ela não queira, mas sim aumentar a gama de prazer que ela pode ter, aumentar a intimidade e liberdade entre vocês. Disponibilize o seu para que ela o explore também pode ser uma tática efetiva de negociação. Caso você perceba que ela realmente não está a fim, você pode tentar propor um joguinho com óleo que relaxa, que esquenta, deixando bem claro que não vai colocar nada dentro dela até que ela diga pode. É importante ser estabelecido um nível extremo de confiança e entrega. Eu entendo que ela seja sua esposa, mas todos temos nossos esqueletos dentro do armário e alguma coisa nos deixa desconfortáveis perto de nossos parceiros/as. Então, crie um ambiente onde ela vai se sentir relaxada, à vontade, realmente se entregando a você, querendo se descobrir, descobrir o que dá prazer aos dois e se abra também para isso. Passando a fase da língua, aposte no dedo. Sempre muito bem lubrificado (lubrificante à base de água, saliva não adianta e seca, causando dor) para não doer e respeitando o corpo e tempo dela, estimule também a vulva (vocês sabem o que é vulva, homens?) e também a vagina. Se tiver posição, explore bico dos seios, clitóris e ânus ao mesmo tempo, pois isso pode causar explosões de prazer e descontrole, gerando orgasmos múltiplos. Em algum momento, se ela se sentir pronta para avançar, você vai perceber. Quando for colocar, preste atenção no ângulo ao enfiar, pois pode machucar. Lembre-se que se você tem ressalvas com relação ao próprio cu, a mulher também pode ter e vencer essas barreiras a dois é mais gostoso. 

A primeira vez, seja vaginal ou anal, pode ser dolorosa e/ou prazerosa. Foi bom. Foi ótimo. Não doeu, não me deixou traumatizada e acho que isso se deve a uma sucessão de fatores. Primeiro que a vontade foi minha, não fiz nada para agradar ninguém. Segundo que em função da vontade ser minha e não impulsionada por alguém eu estava hiper relaxada, seguindo meu corpo, meus instintos. Daí pra frente foi só alegria e eu só faço quando eu quero. E mesmo querendo, o corpo tem suas próprias vontades e tem dias que queremos, mas o cu colabora. Respeitar esses dias é fundamental e investir na tentativa em outro momento também é valido. Lembre-se, ninguém ganha a guerra em apenas uma batalha. Como tem dias que tudo flui, mas chega na hora e incomoda, ou dias que nada flui, mas quando a penetração ocorre, é bom demais. O segredo é respeitar o corpo e a vontade. Com vontade, calma e intimidade, tudo funciona! Mas lembre-se, também, que ninguém nasce sabendo comer cu e pau que come boceta, não é o mesmo que come cu. Lubrificação, relaxamento, potência de ereção (a famosa paudurescência) tudo isso influencia, e se você não tem muita experiência, vá com calma e testando as águas para não traumatizar a mulher, também. Lembre-se, também, de duas coisas: 1- o esfíncter é um músculo muito forte, se você forçar, pode causar até desmaios, além de sangramentos e traumas, o que vai te deixar ainda mais distante do seu desejo; 2- além do medo da dor, tem o medo de sujeira, do famoso "cheque" e situações desconfortáveis que envolva o cuzinho alheio (e as vezes o nosso também). Saiba bem onde você está se metendo - literalmente, e que não é um mar de rosas, apenas de higiene ser FUNDAMENTAL. A famosa chuca não é necessária, inclusive contraindicado por proctologistas, pois pode desregular a flora bacteriana do intestino, causar infecções e outros problemas. Água e sabão é suficiente. Depois, caia de boca. Por último, CAMISINHA SEMPRE! E NADA DE METER NA PPK COM A MESMA CAMISINHA DO SEXO ANAL, PELAMOR. TROQUE! Isso causa doenças para além das infecções sexualmente transmissíveis. 

Por fim, se, ainda assim, ela não quiser, não se sentir a vontade, não demonstrar prazer, RESPEITE! Ninguém tem obrigação de fazer nada só para agradar o outro e sexo forçado ou coagido tem nome e é crime. 

Beijoselambiidas, Flux! 

Dica: Tente propor que ela se masturbe na sua frente, vendada, enquanto você só assiste. Depois você pega um óleo e vai massageando a cintura, o ventre, vai chegando mais perto, chupando, lambendo, enquanto ela abre bem as pernas. Depois vai descendo mais até chegar onde você quer... Dai pra frente, é com vocês!


Roubei a foto (de novo) da Nega gostosa do Desejos Insanos.