Oferta

Ao homem que me toma por desejo carnal dou-lhe meu anjo maternal.
Ao alcance da boca, seios róseos e pequenos. O antídoto e o veneno!
Um ventre acordado e vulcano. Templo sagrado dos humanos.
Aos seus olhos de brio dou-lhe pouso em meu colo sombrio.
Música, poesia, ausência. Toda falta de decência.

Ao homem que me toma por desejo viril dou-lhe piedade e leito febril.
Beijos de língua, indecentes e úmidos.
Ruídos cósmicos de gozos oferecidos.
Um coração de extremos sentimentos. Ora tristeza, ora contentamento.
Dou-lhe paraíso e inferno. Dias de treva. Dias de amor eterno,
Onde os corpos se bastam e os espíritos nus se arrastam

Ao homem que me toma por desejo romântico dou-lhe vinho, torpor e bom cântico.
Lençóis brancos de lua inteira
Noites regateiras que erguem o seu pau de mistério,
(Avante! Penetre em meu doce império.)
Dou-lhe oceano de ânimo e ilusão, onde possa navegar suas mãos.
Mãos ávidas e desbravadoras, sobre minha pele desnuda e alma avassaladora.

Ao homem que me toma por um simples desejo.
Somente a ele dou-lhe o que vejo.
Uma singular sina do amor que se move e arrebata as forças, comove.
Deitam no peito as grandes virtudes.
Ternuras tecidas amiúde.
Dou-lhe também meus segredos, ainda que o faça ter medo.
Quem me dará uma alma sem pecados?
Quem me dará um corpo não profanado?

Poema roubado do Poesia entre amigos que pescou do Blog Faces do poeta

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