Dionisíaco

Quase na penumbra, aquela gotinha de porra pendurada na cabeça da pica denunciava a explosão do tesão que sentia. Arrepiava o corpo, eriçando os pêlos e deixando a respiração descompassada. Enquanto se tocava, lembrava da chupada intensa, como quem ansiava sugar sua alma pelo pau. Chupava com vontade, lambendo, beijando, babando como se estivesse quase com fome e fosse seu alimento. O jeito como a língua passeava e a cabeça encostava na garganta tornavam impossível ficar parado. Se relaxasse, perderia o controle do próprio corpo. 
Lembrou das mãos que encaixavam perfeitamente na cintura, observando a pica entrar e sair melada, fazendo o corpo dela produzir sons deliciosos. 
Por vezes ela rebolava devagar, mexendo de um lado para o outro, engolindo tudo com o ventre e deixando à beira do gozo intempestivo.

As lembranças vinham como nítidas imagens à mente. Das bocas que se buscavam, das línguas que se chupavam com os corpos encaixados e quando a mão, desprensiosa, puxou a calcinha preta de lado para encontra-la completamente encharcada. No quanto salivou em pensar sentir seu gosto. 

Pensou no quanto foi difícil decidir entre beijar sua boca ou a boceta, mas o melado o venceu. Envolveu o grelo macio para segurar a vontade de jorrar naquele corpo, preencher o ventre com a prova do quanto o deixava descontrolado. Chupava como se estivesse no meio do deserto e a água que vertia da boceta molhada fosse sua única fonte de hidratação. A língua passeava como quem saboreava algo muito gostoso e, ao mesmo tempo, muito delicado. Enfiou um dedo devagar, depois dois. Apertava no fundo e ela arfava cada vez mais. Pressionava o bico dos próprios seios gemendo, abria mais as pernas como se quisesse engoli-lo por inteiro. Esfregava a boceta molhada naquele rosto belo e sentia os pêlos da barba roçando contra a pele lisa e melada.

Encontrou o lugar certo e pressionou ali por um tempo. Esfregava cada vez mais o corpo no dele, rebolando, implorando internamente por sentir-se preenchida. Queria senti-lo ainda mais dentro de si, mas também queria que continuasse, completamente entregue ao prazer. Por um segundo, desejou que estivesse contida, vendada, os punhos amarrados, cedendo completamente à vontade dele, totalmente aberta e exposta para o controle que as mãos pudessem ter sobre seu corpo, à boca que sentiria seu gosto, os cheiros que exalariam pelo quarto. Vez ou outra, subia o corpo e lambia-lhe a boca, beijava, dividia com ela mesma seu gosto, sentindo o rosto entre suas mãos e as pernas entrelaçarem-se em suas costas. 

Os dedos escorregaram novamente e bateram fundo, fazendo o corpo tremer. As pernas vibravam no topo do tesão. Os dedos encharcados da inundação do prazer que arrancou dela, quase com força, quase na marra, sem nem perceber que ela já estava completamente entregue. 

As pernas bem abertas, levemente para o alto, escorregou para dentro devagar. Um gemido alto preencheu o ambiente e os corpos se uniram no embalo do tesão. Meteu, às vezes fundo, às vezes devagar. De quatro era a cena que joga qualquer um ao limite. A bunda bem empinada, rebolando, engolindo tudo e quase arrancando um jato de porra cada vez que se esticava como gata no cio e pressionava a bunda contra a pele quente. 

E assim não aguentou. A última gota, aquela que insistia em não pingar era, ao mesmo tempo, prova e testemunha do quanto a lembrança mobilizava a vontade e o corpo respondia ao desejo. A penumbra era o cenário, mas a lembrança era a vela acesa dos desejos noturnos. 


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