Narcisisticamente pro outro

Me fode. Mete essa piroca com vontade até que eu desmanche em seus braços. Segura minha cintura firme como quem me faz sua, determina, toma posse, reivindica corpo, explora sentidos, vasculha alma. Usa da sua presença pra inundar meus sentidos e desfazer minha essência, me transformando no encaixe do melhor estilo mulher camaleoa. 

Me morde. Arranca meu cheiro na língua e absorve em seus sentidos. Explora cada pedaço da minha vontade com a parte mais sensível do seu ser. Brinca de caça e caçador, transpõe papéis, ensaia a dança da natureza em seu sentido fúnebre e festivo, da alegria do gozo à melancolia da pequena morte. 

Me arranha. Arranca pedaço da minha alma e me desnuda como quem quer atravessar meu ser. Como um animal que quer consumir sua presa de todas as formas e é dali que refaz sua energia pra seguir caminho. 

 Me beija. Prova dos meus lábios o sabor do prazer úmido. Não disse quais. Molhados, macios, carnudos. Lambe, brinca com a língua e se afunda no infinito de sentir o sabor do outro. Me consome através da pele tenra e assim me abre pra te receber. 

Mete. Mete com força. Mete com vontade. Me atravessa. Me come. Me fode. Me morde. Me arranha. Me beija. Me consome. Me deseja. Me venera. Me conquista. Geme no meu ouvido pra ecoar no fundo da alma. Xinga putarias gostosas pra acordar a piranha que habita em mim. Me domina. Me joga do abismo do controle e esteja pronto pra me receber lá embaixo. Pula comigo. Me desprende de mim. Preenche meu corpo de si e de prazer e deixa a alma ir junto. Deixa o depois pra lá. O depois é incerto, o que existe é agora. E agora, o que eu queria, era sentir seu ventre batendo por trás do meu enquanto a gata no cio que existe em mim coloca o rabo bem pro alto e arranha os lençóis pra não gritar. Me sentir preenchida, aninhada, estropiada de tanto prazer.

Me fode. Me atravessa. Me come. Me faz sua pra que eu reaprenda a ser minha.