Marcação
De bruços, sua mão atiça como quem toca um surdo: marcando o compasso para que eu entre no contratempo do desejo. Resisto. Me afundo em seus olhos e me deleito em seu gosto. Pedaço a pedaço, minha língua reconhece o terreno do seu corpo. Me sinto a sua garrafa no tilintar da chave, atenta aos seus movimentos e respondendo a cada comando. Me conduz, extrai de mim os acordes perfeitos que completam sua música.
Acordes do instrumento que se toca com um dedo só, aliado ao sopro que sai da sua boca e encontra o bico do meu seio. A música está composta, apresenta-se ao publico seleto de um só.
Você segue marcando o compasso. Uma estocada, duas, a sonoridade fúnebre do prazer da pequena morte, aquela que ansiamos sentir tantas vezes, que na realidade, mais parece comemoração. Geme, mete, urro, gargalho. Mete e lambe, chupa, beija. Meu corpo treme no desejo incontido. Eu gozo com força e gemendo baixo e suas mãos me seguram firme.
Começa a próxima música...
Você escreve de um jeito muito bacana. Excitante.
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