Talento

O celular vibrou no canto da mesa, avisando uma nova mensagem. Esticou o braço e pegou o aparelho, olhando para a tela acesa, que exibia uma mensagem na notificaĂ§Ă£o: "Hoje eu quero sĂ³ no cuzinho." Por alguns momentos nĂ£o soube reagir. A mensagem era boa demais para ser verdade. Sentiu o corpo estremecer em excitaĂ§Ă£o e desbloqueou a tela. Respirou fundo e digitou "Assim serĂ¡.", e enviou. 

Foi uma tarefa Ă¡rdua continuar trabalhando depois disso. Vez ou outra, enquanto olhava a tela do computador, vinha Ă  mente a imagem daquela bunda linda empinada e sua lĂ­ngua passeando no cuzinho. Mais uma vez o corpo respondia e tentava agir com naturalidade, quando na verdade sĂ³ queria se tocar. O dia se seguiu nessa tortura deliciosa do prĂ³prio desejo e chegada a hora, voltou para casa. 

Comeu, tomou um banho e aguardou sua companhia. A porta se abriu e as mĂ£os foram tĂ£o rĂ¡pidas quanto as bocas aos beijos e apertos. Dirigiram-se ao quarto, removendo lentamente as roupas e beijando-se novamente. O toque atiçava a pele e arrepiava, fazendo surgir umidade entre as pernas. A temperatura subia no ambiente, uma luz quase lilĂ¡s tornava o quarto mais aconchegante e os corpos se aqueciam ainda mais colados um ao outro. 

Beijou-lhe todo o corpo, lambeu com a pontinha da lingua, se esbaldou enfiando a cara em cada lugar que pĂ´de e chupou cada dedo. Reverenciou aquele corpo com a boca, fazendo das mĂ£os oraĂ§Ă£o, de joelhos, atĂ© que o cĂ©u fosse encontrado. Bunda pro alto, mĂ£os para abrir, começava a tortura. A lĂ­ngua brincava devagar na portinha, contemplando cada voltinha de pele sensĂ­vel e enrugada. Enfiava e tirava a lĂ­ngua devagar, Ă s vezes sĂ³ a ponta, Ă s vezes toda, desejando engolir aquele cu por inteiro. Chupou o prĂ³prio dedo e ensaiou enfiar, brincando um pouquinho, torturando a expectativa. Jogou um pouco de lubrificante e enfiou mais ainda o dedo, ouvindo o quarto se encher de gemidos e o som da respiraĂ§Ă£o ofegante. Mexia o dedo lĂ¡ dentro atĂ© que sentiu o corpo relaxado, o dedo acomodado sem aperto. 

Preparou seu instrumento de prazer e escorreu devagar para dentro. Mais lubrificante e o vai e vem relaxado, mas apertado, tornavam a vontade de explodir desesperadora. Suspirou com a pele lisa e macia envolvendo e apertando, devagar, sem pressa, o que parecia tornar tudo ainda incontrolĂ¡vel. Exercitaria o autocontrole. Porque comer cu Ă© sobre talento, nĂ£o sobre força ou colocar a sua prĂ³pria vontade como centro de tudo. NĂ£o Ă© comida que se come com pressa, cabe apreciar. Comer, por comer, nĂ£o mata a vontade, nem deixa gosto de quero mais. É sobre respeitar o corpo de outra pessoa e aproveitar das possibilidades de prazer que estĂ£o ao alcance das mĂ£os, mas que, se nĂ£o souber brincar, perde a graça e o corpo deixa de responder, quando a dor se torna o foco, sem ser apreciada. O corpo arrepiava, o ventre pegava fogo, a boca seca e o quase gozo. O cuzinho apertava a cada contraĂ§Ă£o, que parecia estrangular, concentrando o prazer. Quente, estava tudo muito quente e o toque do lubrificante gelado se tornava ainda mais perceptĂ­vel. Sentiu o circulo de fogo apertar com força, arfando, gemendo, quase impedindo sua entrada e parou, aguardando o orgasmo intenso e suado. Seguiu enfiando, metendo fundo e devagar, controlando o prĂ³prio instinto de aumentar a velocidade para dar fim Ă quela tortura. 

Pensou em tudo que podia. No pouco conhecimento de fĂ­sica quĂ¢ntica que tinha, na desigualdade do mundo, na lista de mercado, no cachorro da infĂ¢ncia, nas calcinhas beges, olhou num ponto fixo e nĂ£o aguentou. Perdeu a batalha que travou consigo em sustentar a calmaria, tornando-se vulcĂ£o. Apressou a botada, que se tornavam rĂ¡pidas estocadas. Mais gemidos altos, mais gritos, corpo tremendo atĂ© que sentiu o gozo vir imperioso, autoritĂ¡rio, incontrolĂ¡vel e escorrer quente e viscoso. 

Recebeu uma olhada de fome, intensa e opressora: ainda nĂ£o estava suficiente, queria mais. SĂ³ o cuzinho, no talento, daquele jeito que sabia desconcertar qualquer pessoa. O corpo respondeu e a vontade de matar essa fome se fez presente. "Empina esse cuzinho pra mim"!

Começava tudo novamente...

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