Shibari
As mĂ£os, os tornozelos e coxas envoltos por voltas de uma corda. Envaidecidos por receberem a atenĂ§Ă£o que o atrito na pele sensĂvel causava. Se fizesse qualquer movimento, uma parte da corda esticava a outra, que se esfregava no grelo inchado com um pouco mais de intensidade do que estava acostumada. Mas nĂ£o era ruim, pelo contrĂ¡rio. Gostava de se imaginar sendo pega Ă força, mas nĂ£o muito. Com cuidado para nĂ£o machucar, mas no (quase) descontrole do tesĂ£o de uma esfregada com vontade.
Queria se mover, mas estava totalmente entregue aos fios ao seu redor. Havia cedido completamente ao controle, simplesmente sentindo e existindo por um momento.
Sentiu uma mĂ£o procurar seu sexo sob a corda. Escondido entre os lĂ¡bios que se fechavam perfeitamente, havia uma inundaĂ§Ă£o melada digna de ser recolhida com a ponta da lĂngua e deixar escorrer pela boca para saborear o gosto. Sentiu uma lĂngua quente começar a invadir seu corpo, enquanto a corda seguia sendo esfregada em seu grelo. Depois um dedo e ainda a corda. A boceta ficava quente contra a aspereza do material, mas seguia cada vez mais molhada. NĂ£o era uma dor ruim, pelo contrĂ¡rio. Era o limite perfeito entre dor e prazer, aquela que te joga do precipĂcio pedindo desesperadamente para gritar, emula sons guturais que saem do fundo do peito e sĂ³ conhece a entrega completa como resposta, pois sem o prazer nĂ£o encontra caminho para escoar.
A boceta foi, literalmente, invadida por trĂ¡s. E a corda ainda lĂ¡, fazendo seu papel de carrasca e juĂza ao mesmo tempo. Queria implorar para tudo acabar, mas sĂ³ conseguia pedir mais. Inebriava-se e embebia-se do prĂ³prio prazer, alcançando o Ă¡pice do prazer, mais uma vez, quando a boceta, preenchida; a corda, torturante entre os joelhos abertos e o bico do seio receberam atenĂ§Ă£o juntos, ao mesmo tempo. Tremeu, gritou, jorrou. Um jato claro esguichava do meio de suas pernas e escorria, tambĂ©m, pelo cuzinho. Uma lingua lambia tudo e, em seguida, sentiu mĂ£os soltando a corda das pernas. As mĂ£os foram elevadas e presas acima da cabeça para impedir os movimentos.
Os tornozelos foram abertos na maior distĂ¢ncia possĂvel entre eles, mas de forma confortĂ¡vel. Estava completamente exposta, bem aberta, arreganhada, como ela gostava de ficar. Deixando seu sexo Ă mostra para quem pudesse ver, mesmo que ninguĂ©m estivesse vendo. Assim sentia-se fĂªmea, permitia-se o desejo por si mesma e sentia-se poderosa, ao mesmo tempo que vulnerĂ¡vel, e adorava essa sensaĂ§Ă£o. Adorava sentir-se contida e entregue, mas saber que sua entrega era parte de seu controle, e que suas pernas abertas eram como um convite irrecusĂ¡vel ao prazer. Ainda mais quando jorrava assim, como fonte, farta, rio caudaloso da intensidade do prĂ³prio gozo. MĂ£os abriam os lĂ¡bios e um tapa leve encontrou o grelo. Depois, dois dedos encontravam a entrada da boceta, roubando um pouco do melado e voltando para esfregar o clitĂ³ris. A cintura se movimentava levando o toque ao lugar certo, aquele pedacinho de pele na dobra do grelo que a levava para passear em outras galĂ¡xias, deixava a cabeça zonza e uma vontade de explodir incontrolĂ¡vel.
Quando estava quase gozando, sentiu tudo parar. Exasperada, tentando entender qual seria o prĂ³ximo movimento de tortura, gemeu sĂ´frega quando sentiu a corda puxada, bem na entrada da boceta, um pouco para o lado, ao mesmo tempo que a parte superior dela era esfregada, quase com força, no grelo. Em seguida, o que parecia ser um pau forçava a entrada em si, empurrando, se ajeitando, tomando conta do espaço apertado. De inĂcio, sĂ³ a cabecinha. E existe algo sobre enfiar sĂ³ a cabeça que mexia com seu tesĂ£o de um forma inexplicĂ¡vel: ao mesmo tempo que queria implorar por mais, gritar pedindo para botar tudo, para preenchĂª-la, queria que permanecesse assim, o estĂmulo da cabeça no ponto certo do tesĂ£o, enquanto a corda seguia seu trabalho.
Uma bola de fogo formou-se no ventre. NĂ£o demoraria muito para descarregar a energia acumulada por estĂmulos contĂnuos. Aguardava e ansiava a liberaĂ§Ă£o, mas queria que aquele tesĂ£o continuasse, sem atingir o Ă¡pice, numa constante deliciosa de evocaĂ§Ă£o do seu prazer, no platĂ´ eterno que nĂ£o avança. Sentia como se tivesse começado num sussurro, chamando, se aproximando, devagar, atĂ© que, quando bem prĂ³ximo, encontraria sua liberdade num gozo descontrolado. O grito cresceu na garganta e a vizinhança toda ouviu a melodia que o prazer dela criava quando se permitia ser um instrumento de prazer nas mĂ£os dele.
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